Nos últimos 30 anos, o Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro identificou mais de 200 diplomas falsos de bacharelado em Administração. Trabalho cuidadoso de averiguar junto às instituições de ensino superior, ao indagarmos se os documentos protocolados no Conselho são verídicos ou não. Os casos comprovados de fraude são encaminhados pelo CRA-RJ à Polícia Federal.

“É preciso impedir que pessoas que estão cometendo um crime exerçam a profissão ilegalmente. Inclusive,  já houve épocas, por conta de denúncias encaminhadas pelo CRA-RJ, que a Polícia Federal conseguiu identificar quadrilhas que forneciam esses diplomas falsos. Então, esse é um serviço que o Conselho presta a sociedade”, esclareceu o Adm. Leonardo Fuerth, Superintendente-Geral do CRA-RJ.

A grande preocupação que subsiste é como as universidades lidam diariamente com os diplomas, certificados e históricos escolares apresentados pelos candidatos ao ensino superior. Informações de fontes fidedignas nos levam a crer que o furor por resultados financeiros crescentes faz com que as secretarias dessas instituições não tenham qualquer preparo ou cuidado nesse tipo de análise documental. Simplesmente matriculam, em poucos minutos, o novo “estudante universitário”.

“Pessoas não habilitadas técnicas e legalmente não podem exercer a profissão de Administrador. Imagine colocar em gestor, um gerente, achando que é Administrador e ele, exatamente por não deter conhecimentos que são necessários para administrar uma empresa, comete atos ilegais, imperícias e leva aquela organização à falência, por exemplo”, sugere o superintendente.

E o MEC, que tanto frequenta os campi para certificar se as bibliotecas ambulantes estão no lugar ou se as atas de reuniões dos colegiados estão bem redigidas, não se preocupa em verificar se essas admissões de candidatos são criteriosamente realizadas pelas faculdades. Com isso, podemos estar convivendo com pseudoprofissionais que facilmente obtêm seus passaportes para o mercado de trabalho, requentados pela fragilidade dos órgãos de controle e pelo “desinteresse” de muitos dirigentes do setor de educação.