Por Tiberius Drummond|

A Comissão Especial de Recursos Hídricos e Saneamento Básico elaborou uma nota técnica para discutir o paralelo entre epidemia de Dengue e a falta de saneamento no estado do Rio de Janeiro, em 2024.
A proposta da Comissão é fornecer insights valiosos sobre a interconexão entre a proliferação da doença e a carência de infraestrutura sanitária adequada, ressaltando a importância de abordar de maneira integrada essas questões para garantir a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.
Leia na íntegra abaixo.
Nota Técnica Comissão Especial de Recursos Hídricos e Saneamento Básico – CRA-RJ 2024
Paralelo Entre Epidemia de Dengue e Falta de Saneamento no Rio de Janeiro em 2024
Introdução: 
Este texto destaca a significativa correlação entre o alarmante aumento de casos de dengue no Rio de Janeiro, com crescimento de 587% nas notificações nas três primeiras semanas de 2024, e a persistente ausência de saneamento básico no estado. A compreensão desta relação é crucial para desenvolver estratégias integradas de prevenção e controle eficaz tanto da doença quanto dos problemas estruturais ligados ao saneamento.
Contextualização: 
O estado do Rio de Janeiro registrou 9.963 notificações de casos prováveis de dengue nas primeiras semanas deste ano, uma escalada significativa em relação a 2023, segundo dados do Centro de Inteligência em Saúde (CIS). Esse cenário exige uma análise aprofundada, sendo a falta de saneamento básico um fator determinante para o surto.
Interconexões:
Água Estagnada e Focos de Mosquitos: a carência de saneamento contribui para o acúmulo de água estagnada em áreas urbanas, favorecendo a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Fossas a céu aberto, sistemas de drenagem ineficazes e reservatórios improvisados intensificam os focos de mosquitos.
Disseminação de Vírus: A falta de saneamento não apenas propicia a proliferação do vetor da dengue, mas também compromete a qualidade da água, facilitando a disseminação do vírus. A interconexão entre a falta de água potável e o aumento de casos de dengue é evidente.
Condições de Vida Precárias: Comunidades desprovidas de saneamento enfrentam condições precárias, favorecendo não apenas a propagação da dengue, mas também outros problemas de saúde. Habitações inadequadas e dificuldades no gerenciamento de resíduos sólidos contribuem para esse quadro.
Medidas Integradas:
Investimentos em Saneamento: É crucial direcionar investimentos para melhorar a infraestrutura de saneamento básico, incluindo expansão de redes de esgoto e tratamento de água.
Ações das Concessionárias: Ressalta-se que as concessionárias já estão atuando ativamente nessa questão, investindo aproximadamente 1 bilhão de reais em melhorias na infraestrutura de saneamento básico.
Integração com Prefeitura e Governo Estadual: Entretanto, é fundamental enfatizar que essa ação deve ser integrada com iniciativas da Prefeitura e do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A colaboração sinérgica entre esses atores é crucial para enfrentar os desafios estruturais que perpetuam a falta de saneamento.
Conclusão: 
O expressivo aumento nos casos de dengue no Rio de Janeiro em 2024 ressalta a necessidade premente de uma resposta integrada, que envolva as concessionárias, a prefeitura e o governo do estado. Investir em infraestrutura sanitária é crucial para enfrentar essa crise de saúde pública. Além disso, a promoção da educação comunitária desempenha um papel vital na conscientização da população sobre práticas de prevenção e cuidados adequados. Fortalecer o monitoramento epidemiológico é fundamental para antecipar e responder proativamente a surtos de doenças.
A colaboração sinérgica entre as concessionárias, a prefeitura e o governo estadual é essencial para enfrentar de maneira eficaz tanto os desafios imediatos quanto os problemas estruturais relacionados à saúde pública. Essa abordagem integrada não só contribuirá para lidar com a crise atual, mas também para construir comunidades mais resilientes no futuro.