Por Josué Amador |
Foto: Comunicação Mercosul
A partir de hoje (28), estudantes e docentes brasileiros poderão solicitar vistos de forma gratuitamente para residência temporária com fins educacionais na Argentina, Paraguai e Uruguai que, juntamente como o Brasil, fazem parte do Mercosul como fundadores. O acordo foi promulgado nesta sexta-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e publicado no Diário Oficial da União. O visto poderá ser utilizado para a realização de cursos de graduação ou pós-graduação, secundários de intercâmbio de instituições governamentais e não governamentais e docência ou pesquisa. O acordo foi firmado em 2006, em Córdoba, na Argentina, porém só entrou em vigor, no plano jurídico externo, em junho de 2018. Agora, está em pleno vigor.
Para o diretor-geral da Universidade Corporativa do Administrador Adm. Wagner Siqueira, também conselheiro federal pelo Rio de Janeiro, o acordo beneficia os países latino-americanos à medida que promove e incentiva a troca de conhecimentos gerais. Sobretudo, o compartilhamento de práticas e aprendizados em Administração que podem alavancar os planos de Governo e gestão de organizações públicas e privadas.
“O trânsito desses cidadãos deve ser livre de qualquer cobrança monetária. Nós temos muitos colegas profissionais da Administração que foram estudar na Argentina e no Paraguai, por exemplo. Conselheiros aqui do CRA-RJ que se formaram mestres e doutores nesses países, assim também como há muitos argentinos, paraguaios e uruguaios que estudam aqui. Isso para a Administração é um grande avanço. Ter essas taxas era um equívoco e acabar com elas é uma decisão correta, porque é um passo importante na constituição e consolidação, cada vez maior do Mercado da América do Sul que, em vez de afastado, deve ser encaminhado para maior aproximação econômica, social, educacional, política e de convivência entre nossos povos”, destacou Siqueira.
Foto: Comunicação Mercosul
O diretor-geral da UCAdm ainda ressaltou que não só a Administração ganha com isso, mas todas as profissões que, em conjunto, podem oferecer melhor bem-estar à sociedade. Ele também defendeu que o acordo poderia se estender aos “Países-Estados Associados”, que incluem Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
“A concessão de visto gratuito para estudantes e docentes que fazem parte dos países-membros do Mercosul é altamente positiva para todos os Governos que assinaram o acordo, e deveria se estender ainda mais. Se você considerar, por exemplo, que só na Bolívia tem cerca de 10 mil brasileiros estudando Medicina, sem falar de outros cursos na área da Saúde como dentista, farmacêutico ou nutricionista, entre outros, e que há muitos estrangeiros que também vêm estudar no Brasil, ampliar esse benefício seria muito bom em amplo os sentidos”, disse.
Atualmente, turistas de países do Mercosul não precisam de passaporte nem de visto para viajar dentro do bloco. Apenas com o documento de identidade válido e com foto é possível trafegar sem embargos. Para a residência permanente é necessário ter a autorização do serviço de migração do país no qual se quer residir.
