O Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro realizou um programa de entrevista com o tema “RH em Saúde: Como cuidar de quem cuida”, organizado pela Comissão Especial de Administração em Serviços de Saúde, em parceria com a Comissão Especial de Recursos Humanos, ambas do CRA-RJ. O evento contou com o apoio da Associação dos Hospitais do Estado do Rio de Janeiro e teve transmissão ao vivo pela CRA-RJ Play, Rádio ADM RJ, Facebook e Youtube do Conselho.

As Administradoras Elizabeth Bastos, conselheira do CRA-RJ, e Cristina Matos da Costa, coordenadora da Comissão Especial de Recursos Humanos do CRA-RJ, além da médica do trabalho do Inca Laura Campello Martins falaram sobre os dramas vividos por pessoas que trabalham em ambientes hospitalares, em todas as esferas, e como o profissional de RH precisa se posicionar para promover boas condições de trabalho, diminuindo as pressões psicológicas e físicas do dia a dia deles, com foco na humanização de cada processo.

Entre outras coisas, a Adm. Elizabeth Bastos falou um pouco de suas vivências em ambientes organizacionais, citando situações que presenciou em sua carreira. Ela destacou que o profissional de RH precisa ter visão sistêmica para tomar as melhores decisões no tempo necessário ao bom resultado, em geral, sem prejudicar nenhum funcionário das instituições.

“Além da questão cultural e do clima organizacional, você precisa observar também como os benefícios estão estruturados, porque eles também são diferenciados, crachás, vestimenta, elevadores e refeitórios separados. Isto começa a criar castas ou classes dentro dessas instituições, quando, na verdade, você deve ter pessoas, processos e ferramentas que deem suporte para que tudo funcione como uma equipe de trabalho”, explicou a Administradora.

Em outro momento, quando era falado sobre recreação nos ambientes hospitalares, Laura Campello explicou o quanto isso é importante para os profissionais da Saúde, pois tira um pouco do peso psicológico que é gerado nesses locais. Tais atividades não só ajudam os pacientes, como também os cuidadores presentes, destaca.

“Eu costumo chamar de oásis no meio do trabalho e dentro da área hospitalar é necessário ter isso também. Tem que ter esses momentos lúdicos, é preciso dar umas viajadas, de vez em quando, oferecer terapias alternativas, incentivar as pessoas a se cuidar, porque o profissional de saúde, especificamente, cuida muito do outro e nada dele”, disse Campello.

Já próximo do encerramento da entrevista foi abordado o tema educação continuada dos profissionais de RH e de Saúde para a promoção contínua do bem-estar das pessoas inseridas no ambiente hospitalar. Na visão da Adm. Cristina Matos, ainda há uma lacuna entre a necessidade e a realidade, no que diz respeito ao preparo dos profissionais em ambos os segmentos.

“Muitas vezes, o que a gente vê de educação continuada é um trabalho em cima da melhoria do processo, da parte mais técnica e operacional. Mas não sobre essas questões mais humanizadas. Em estruturas maiores, o que eu vi por aí foram áreas específicas fazendo aprimoramentos por conta própria, mas sem relação com a área de RH”, lamentou a Matos.

Muitos outros assuntos foram abordados acerca do cuidado com quem cuida dos outros, tais como suicídios, a finitude da vida dos pacientes, e o quanto isso afeta esses profissionais.