Por Érika dos Anjos – Jornalista

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, pequenos deslizes podem acabar custando-lhe a vaga, como por exemplo erros de português. De acordo com uma pesquisa feita pela Catho, 34% dos recrutadores ouvidos afirmam que erros de gramática são o principal fator para eliminação de candidatos; seguido por falta de experiência (25%), ausência de objetivos profissionais (10%) e porque os candidatos moram longe da empresa (9%).

Para os recrutadores, erros de gramática podem representar falta de domínio do idioma, falta de atenção ou até mesmo, displicência. Assim, falhar na revisão do principal documento entre candidato e entrevistador é queimar todas as chances de contratação, já que é preciso um filtro bem delineado pois em cada processo de contratação são recebidos, em média, de 30 a 50 currículos e apenas 5 ou 10 candidatos são chamados para a entrevista.

De acordo com o Adm. Reinaldo Faissal, conselheiro do CRA-RJ e membro da Comissão Especial de RH do Conselho, para qualquer profissional, dominar o idioma nato é fundamental, demonstra bom padrão de escolaridade e transfere confiança ao que diz.

“Não é só o especialista em RH que já não olha com bons olhos erros de português no primeiro contato, seja pelo currículo ou por qualquer forma de interação. Qualquer profissional que tenha contato com o candidato vai vê-lo da mesma forma. No caso do currículo, estenda isso também à formatação. É preciso cuidado. E no caso de verificar o erro após o envio, uma segunda chance pode até ser dada, mas não se esqueça do tradicional ditado: ‘a primeira impressão…’, pois sempre fica a pergunta: Por que não corrigiu antes de enviar?”, ressalta o Administrador, afirmando ainda que é lamentável o bom português hoje ser considerado um diferencial, pois trata-se de um fundamento, da base.

Faissal ainda avalia que na entrevista pessoal a pressão é ainda maior, não só pela interação em si, entre avaliado e avaliador, mas, e principalmente, pela necessidade de raciocínio rápido.

“Nessa hora, o candidato tem que demonstrar fluência e riqueza de vocabulário. Então, seu ‘processador interno’ tem que ser potente para escolher as palavras certas, num universo de 435.000 verbetes, se considerarmos as palavras registradas no dicionário Aurélio Online. Para uma comparação simples: na língua espanhola, segunda mais falada no mundo, são 93.000; na francesa, são 135.000; na inglesa 290.000. Resumindo, leia muito, busque o significado das palavras e use-as com variedade. Na busca por uma colocação no mercado de trabalho, afaste-se do tá, né, aê, fui”, indicou o especialista.

Redação e internet 

A certeza de que um alto índice de leitura irá ajudar o candidato a escrever e entender melhor o que é pedido também é corroborada pela Adm. Cristina Costa, especialista em RH com mais de 30 anos de experiência e coordenadora da Comissão Especial de RH do CRA-RJ, que ainda prossegue afirmando que a solicitação para que o profissional escreva uma redação a fim de que o recrutador perceba diversos detalhes da sua formação está mais usual a cada dia.

“Hoje nos processos seletivos é muito comum que peçamos para o candidato fazer uma redação, em diferentes níveis. Com isso, podemos ver como a pessoa concatena as ideias; como organiza o pensamento, com começo, meio e fim; desenvolvimento e conclusão. E podemos ver uma grande dificuldade das pessoas escreverem dentro de uma escrita correta”, declarou a Administradora, lembrando ainda que o uso contínuo da internet pode ser bastante prejudicial:

“Hoje, a internet serve para tudo. As pessoas escrevem pouco, grande parte pelo whatsapp e, muitas vezes, se comunicando por áudio, usando palavras resumidas, picadas e em tom coloquial. Isso pode ser um complicador, pois, quando você precisa redigir um e-mail no ambiente corporativo, por exemplo, você vê que há uma falta de linguagem, o linguajar do funcionário ou do candidato acaba ficando mais pobre”, salienta.

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