O presidente do CRA-RJ, Adm. Wagner Siqueira, esteve na última quinta-feira (13) na sede da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), no Centro do Rio de Janeiro, para uma aula inaugural, na qual ministrou uma palestra para dezenas de alunos baseada no livro “Aspectos Humanos da Empresa”, do autor Douglas McGregor, que trata das Teorias X e Y.
De acordo com Siqueira, esta obra de McGregor é de grande contribuição para os estudos da Administração como ciência. Entretanto, o conteúdo ainda não é tão bem assimilado. A apresentação do presidente do CRA-RJ esclareceu algumas distorções cognitivas.
O Administrador explicou que ao descrever as duas teorias, o autor ausentou-se de apontar qual seria a mais conveniente para lidar com as pessoas no ambiente de trabalho. Apenas identificou grupos que pensam diferentes entre si e que a tolerância entre essas opiniões divergentes serve para uma manutenção mais sadia no relacionamento dentro das organizações.
Siqueira afirmou que as pessoas agem como se as suas crenças sobre a natureza humana fossem verdades absolutas, que não pudessem ser submetidas a questionamentos ou mesmo confrontadas. Em geral, elas sequer percebem que é possível existir ideologias distintas, que refletem em diferentes formas no comportamento humano nas organizações, nem sempre tão positivas quando não respeitadas.
Dentre as comparações das Teorias, o presidente do CRA-RJ elucida as divergências em relação à gestão, como: as diferentes práticas de trabalho adotadas por cada teoria, as linhas de conduta e o conceito gerencial. Por exemplo, a Teoria X propugna práticas organizacionais que induzam o indivíduo ao trabalho, tanto por coação quanto por sedução. Já a Teoria Y prefere desenvolver ambientes e processos de trabalho que propiciem a participação e o engajamento daqueles efetivamente envolvidos na resolução das tarefas e atividades.
Segundo Siqueira, as distorções de compreensão da Teoria X e da Teoria Y tem gerado mais confusão do que adequações na formulação dos papéis e funções do gerente nas organizações.
Após a análise das teorias, o Administrador acredita que elas são mais um elo perdido das ciências do comportamento humano nas empresas. Contudo, precisam ser resgatados para o bem do mundo do trabalho e da sociedade, em uma época em que estudos como esses são deixados de lado por uma vida travestida de cientificidade e de modernidade tecnológica.