O professor Antônio Freitas, pró-reitor e diretor de integração acadêmica da Fundação Getúlio Vargas, recebeu a equipe de comunicação do CRA-RJ para uma entrevista sobre os caminhos da educação no Brasil. Ele é um dos novos membros do Conselho Nacional de Educação (CNE), empossados em julho deste ano.
Freitas explicou que o CNE é um órgão de Estado e não de Governo. Portanto, independente das mudanças que possam acontecer no quadro governamental, há um mandato que precisa ser cumprido. No CNE, ele atua na área do Ensino Superior e defende mudanças urgentes, principalmente no que diz respeito ao acesso à universidade de qualidade. Freitas ainda chama a atenção para a educação de base, que, segundo ele, apresenta muitos problemas, que refletem em toda a vida acadêmica e profissional do cidadão.
“Hoje, só 17% das pessoas que concluem a educação básica sabem ler e escrever corretamente. Então, o fato de existir uma educação básica frágil prejudica a educação superior. Às vezes, uma escola que está numa região mais carente tende a ter uma a avaliação mais baixa e não tem o apoio devido do Ministério de Educação e Cultura, do Governo”, disse Freitas.
Ele destacou a necessidade de distribuição dos incentivos financeiros de forma a equilibrar a força de competitividade entre os estudantes de classe sociais diferentes. Por exemplo, ele cita que ‘há duas classes de Administradores no Brasil’: os que se formam em escolas de boa qualidade, que estão aptos e conquistar uma carreira brilhante a nível internacional, e os graduados ‘escolas pobres, que estão nas regiões mais carentes e que não recebem nenhum auxílio do Governo e que preparam Administradores não competitivos’.
“Devia-se cuidar melhor dos mais pobres, mas acontece o contrário. Sempre valorizam e dão mais dinheiro para aquelas escolas que tem nota cinco, ou seja, que têm excelência e isso é uma atitude míope. É preciso ajudar mais, quem de mais precisa”, concluiu Freitas.
A entrevista completa pode ser conferida na TV CRA-RJ.