Por Josué Amador
A Comissão Especial de Logística do CRA-RJ promoveu o VI Encontro de Administradores Logísticos, nesta quinta-feira (06), na sede do Conselho na Tijuca, com o tema “Logística no dia a dia”. O evento contou com palestras dos Administradores Helio Meirim, Julio Loureiro e Sheila Cristina Laborne, membros da Comissão Especial de Logística do CRA-RJ, além de Pedro Martins, coordenador de planejamento do Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR).
Comemorando o Dia da Logística, o Encontro regatou a história que fez com que essa data fosse eleita para tais celebrações, passando pelas grandes transformações tecnológicas e sociais desde aquela época, até a maneira como o tema é visto no cotidiano dos cidadãos. O presidente do CRA-RJ, Adm. Wallace de Souza Vieira, prestigiou o evento e parabenizou os palestrantes pelas exposições, considerando-as de grande contribuição para o segmento.
“O Conselho está aberto à diversidade profissional e cultural. Eu não sou daqueles presidentes que entendem que fora da Administração não há vida inteligente. Muito pelo contrário, há vida inteligente em todas as profissões. Eu amo a diversidade, então vamos procurar cada vez mais nos integrar, nos inteirar, porque, no mundo moderno que nós vivemos, não há mais limites nem fronteiras. As profissões são cada vez mais integradas, elas têm que se interatuar para que as organizações, que precisam ser sistêmicas e sinérgicas, alcancem seus objetivos”, disse o presidente.
Em sua participação, Meirim apresentou um panorama sobre a quantidade de pessoas nos centros urbanos, por meio de pesquisas da ONU – Habitat. Estima-se que a população mundial duplique até o ano de 2050 e que, em 2045, haja mais de 6 milhões de habitantes nos grandes conglomerados, em escala global. Para ele, isso afetará negativamente a mobilidade em amplos aspectos, situação já vivida em alguns lugares no Brasil, por exemplo.
Já Loureiro apontou como o transporte de mercadorias tem sido impactado pelas transformações sociais, tecnológicas, econômicas, entre outras questões. Ele destacou que, atualmente, muitas empresas não deixam todos os seus produtos em suas lojas, preferindo deixá-los em grandes galpões que facilitem o fluxo de mercadorias. Mesmo assim, as entregas disputam espaço com outros veículos diversos, além do fluxo de pessoas. Ele ainda convidou os participantes a pensarem novas possibilidades para melhorar a mobilidade urbana.
Laborne falou sobre a logística no dia a dia do varejo, contou um pouco de sua experiência, desafios da carreira e aprimoramentos que precisou desenvolver para se reinventar. Entre outras questões, ela defendeu que entender o local onde se está atuando, elaborar projetos e desenvolver processos são questões fundamentais para que o sucesso seja alcançado. Mas o Administrador logístico também precisa aprender a trabalhar sob pressões, vindas de todos os agentes envolvidos nas operações, desde os executivos e donos das empresas até o cliente final que receberá o produto ou serviço.
Por fim, Martins mostrou como funciona o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro (COR) e suas principais atribuições, ligadas ao serviço público, voltadas para logística e infraestrutura urbana. Ele explicou que o COR une diversos setores da cidade para suprir as demandas diárias, a fim de que ela continue funcionando bem.
Depois, das apresentações, os palestrantes participaram de um debate onde responderam perguntas do público presente e realizaram o sorteio de dois livros.
Confira o evento completo na CRA-RJ Play.
“O que significa muita gente circulando nos grandes centros das cidades? Dificuldade de locomoção, tempo gasto em algumas coisas, ou seja, uma série de impactos. Toda vez que a gente começa a enxergar concentração de pessoas em grandes cidades, isso traz alguns desafios não só logísticos, mas também relacionados à sustentabilidade, infraestruturas, serviços básicos, segurança e muitos outros. Então, não tem como o gestor negligenciar isso. Está aí e a gente precisa entender como, de forma inteligente, mitigar ou conseguir equacionar esse tipo de coisa”, Helio Meirim – Coord. da Comissão Especial de Logística do CRA-RJ
“Ter esse espaço, permitir o debate sobre a questão da qualidade de vida, do ar e também da habitabilidade das cidades é importante […]. Será que as unidades de negócios, será que todo mundo tem que trabalhar das 8h às 17h? Eu ainda acrescentaria outra pergunta: será que ele precisa trabalhar nesse horário, no Centro? Existem tantas áreas na cidade que precisam de uma revitalização, de um impulso. Por que não pegar várias unidades de negócios que hoje atuam e dar incentivo para que seja feito o desenvolvimento delas em outras áreas?”, Adm. Julio Loureiro – coordenador Adjunto da Comissão Especial de Logística do CRA-RJ
“Mesmo que você tenha na mão um projeto vencedor, ainda assim existe uma série de departamentos, ou de pessoas, que vai estar ali pressionando. Porque eles, talvez, não tenham uma visão positiva antes do projeto chegar no meio ou no final e a gente precisa saber como conviver com essas cobranças. […] Para termos uma cadeia em perfeita sincronia, nós precisamos de alguns parceiros, sejam eles externos ou internos, mas que entendam claramente as demandas dos clientes”, Adm. Sheila Laborne – membro da Comissão Especial de Logística do CRA-RJ
“A gente funciona como o óleo de uma engrenagem para que tudo ocorra da melhor maneira possível, sempre olhando sob três perspectivas: Pessoas, que é integração de equipes, […]. integrar essas pessoas que estão atuando na operação da cidade; Processos, onde os [processos] do Bombeiro precisam fazer sentido com os da Cet Rio, quando está atendendo um acidente na rua ou de transporte público, por exemplo; e Sistema, que vai fazer com que essa integração de pessoas e processos seja escalável e a gente atinja a níveis de nunca antes vistos, por causa dessas novas ferramentas tecnológicas que a gente tem e que vamos aprimorando”, Pedro Martins – coordenador de planejamento do Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR).