Por Bismark Alves
Sob supervisão de Érika dos Anjos|
A tecnologia Blockchain, apesar de ainda ser recente, tem ganhado cada vez mais espaço de utilidade entre as empresas. Responsável pelo compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa, a tecnologia tem potencial para aumentar a eficiência dos negócios em duas áreas relevantes no mundo corporativo: a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e temas ligados a Meio Ambiente, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês).
A avaliação foi compartilhada por André Carneiro, CEO da BBChain, um projeto brasileiro de Blockchain, em entrevista ao portal Exame. O executivo destacou que os projetos já possuem as condições técnicas para serem realizados nesses segmentos, mas que ainda precisam superar “preconceitos” no mercado. Ele acredita que o ponto central que torna a tecnologia atraente para as empresas é a transparência, e destaca que a LGPD envolve não apenas a proteção de dados, mas também o modo de compartilhá-los de forma segura, aspecto que as redes já existentes no mercado podem trazer contribuições.
No caso da temática do ESG, ele declarou que uma das maiores preocupações das empresas é a divulgação de dados de ações ligadas à área. André avaliou que a tecnologia poderia dar mais transparência ao processo e facilitar a checagem de dados por auditorias e investidores interessados, com a garantia de que, uma vez inseridos no blockchain, as informações seriam imutáveis. A BBChain possui um projeto que também envolve o uso da tecnologia para criar marketplaces de negociação de compensação de pegadas de carbono, através de uma dinâmica mais transparente e rastreável, dando mais segurança a investidores interessados nessa área.
Apesar das vantagens apresentadas pelo blockchain, a tecnologia não é amplamente utilizada pelas empresas nos dois segmentos. O CEO da BBChain acredita que há um conjunto de razões, mas é importante ressaltar que também existem setores mais avançados no processo de adoção de blockchains, com destaque para o mercado financeiro. Ele acredita que o setor foi prejudicado por projetos grandiosos envolvendo a tecnologia, passando uma impressão de ser uma ferramenta muito custosa, afastando pequenas e médias empresas interessadas. Um dos principais desafios atuais de empresas de infraestrutura Blockchain, segundo André, é “transformar esse mito da complexidade”.
Mesmo com as dificuldades, André Carneiro acredita que uma adoção em massa da tecnologia blockchain não vai demorar tanto assim. No mercado financeiro, ele acredita que já haverá uma aceitação em larga escala até 2027. Já em outros setores, serão necessários mais anos, porém o profissional encara como um caminho natural de amadurecimento e cuidado das empresas.
Palestras
O CRA-RJ já elaborou palestras e eventos sobre ESG e LGPD. Em 2023, no Congresso Internacional de Administração, o primeiro painel foi voltado para a temática sustentável, com as participações de Fernando Macedo e do Tecnol. Edison Sanromã, conselheiro do CRA-RJ. Clique aqui para assistir o evento. No mesmo ano, a Dra. Adrianne Lima ministrou uma palestra sobre os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados e sua importância para as organizações. A palestra está disponível aqui.
Já quanto ao Blockchain, o programa ‘Governança em Pauta’ recebeu o professor e doutor em Administração com ênfase em Finanças Paulo Jordão para falar sobre o que é blockchain, como pode auxiliar no processo de governança, oportunidades de mercado, dentre outros assuntos. Assista aqui.