Um projeto de lei aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal deve tornar a Lei Seca mais rigorosa. A proposta possibilita admitir outros meios de prova além do bafômetro,   como foto e vídeo,     para comprovar o uso de álcool pelo motorista. A outra mudança é quanto ao valor da multa, que deve chegar a R$ 1.915.

O Coordenador da Operação, o Adm. Carlos Alberto Lopes esteve na Web Rádio CRA-RJ para falar sobre acidentes de trânsitos causados pelo abuso do álcool e da importância de uma política de intervenção do Estado. “As leis de políticas públicas quando não são seguidas se tornam letras mortas”, afirmou. Ele contou ainda que a ideia da Operação Lei Seca começou, em 2008, como um projeto para dar eficácia a Lei Federal 11.705.

Segundo o entrevistado, a situação do Brasil, antes da Operação, se agravava a cada dia. “Vivíamos uma tragédia”, garante o Administrador. Carlos Alberto revela que 65% das mortes no trânsito são causados pela mistura de álcool e direção. No Brasil, 62 mil pessoas falecem vítimas de acidentes causados por essa combinação perigosa. No Rio de Janeiro, esse número chega a 2.500.

O Adm. Carlos Alberto disse que no início da Operação Lei Seca a sociedade não acreditava no sucesso de um programa como esse. “Hoje, 97% da população aprova o nosso trabalho”, esclareceu. De acordo com ele, a fiscalização é importante porque ainda existem pessoas que acreditam que os acidentes não vão acontecer com elas. “O objetivo não é punir o condutor e sim, mudar seu comportamento”, explicou.

O Administrador informou ainda que “muitos adolescentes acabam transformando o carro em arma e a proposta das ações públicas é eliminar essa atitude. Uma solução viável, seria inserir a Educação no Trânsito na grade curricular das Escolas Públicas”, recomendou Carlos Alberto Lopes. Segundo ele, as crianças se tornariam condutores responsáveis e ajudariam a evitar o comportamento excessivo dos pais.

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que em 2011, 192.188 acidentes foram contabilizados. Desse total, 7.551 (3,93%) acidentes e 345 (2,98%) mortes estavam associados à combinação de álcool e direção.

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