O Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro promoveu a palestra “A vacinação contra o HPV”, uma iniciativa da Comissão Especial da Mulher Administradora do CRA-RJ, com a Dra. Miriam Constan Werneck, nesta terça-feira (25), às 10h, no auditório Gilda Nunes.
A coordenadora da Comissão da Mulher, Adm. Yara Rezina, conduziu a abertura do evento, falando sobre a importância da divulgação deste tema que atinge tantas pessoas na mesma proporção que ainda é tão desconhecido.
A Dra. Miriam Constan Werneck é diretora da divisão de atenção integral à saúde da Policlínica Hélio Pellegrino e está responsável por promover a campanha da vacinação contra o HPV em diversos ambientes como empresas, escolas e nos postos de saúde. A doutora falou sobre o colo do útero, um órgão que corre grande risco de desenvolver um câncer a partir da infeccção do HPV.
“O fator de o colo do útero estar escondido, dificulta saber se há lesões nele ou não. Então aí está a importância da rotina ginecológica, que busca qualquer alteração nesse órgão”, explicou Miriam Werneck.
Os organismos das mulheres mais jovens têm mais facilidade em lidar com o vírus do HPV, muitas vezes o expelindo naturalmente, segundo a doutora:
“A imunidade das mulheres até 25 anos é mais alta e elas mesmas botam o vírus para fora. Após essa faixa etária, é mais indicado examinar o colo do útero para verificar se há a presença do HPV, o grande vilão do câncer nesse local. E depois dos 65 anos, se ela nunca teve nada, não é mais o foco do rastreamento da doença”, contou.
Sobre a campanha da vacinação em si, Miriam disse que o foco é erradicar o câncer de colo de útero. Para isso, o Ministério da Saúde adotou medidas de uma medicina preventiva, já que o objetivo da saúde pública é diminuir a circulação e a incidência do vírus na população brasileira. Por este motivo, hoje, as vacinas são direcionadas a meninas entre 11 e 13 anos.
“O Brasil ainda não tem uma cultura de medicina preventiva, mas é assim que devemos trabalhar. Esse tipo de câncer tem vitimado 5 mil mulheres, e é causado por um vírus que pode ser erradicado se agirmos preventivamente”, esclareceu a doutora, lembrando ainda que o foco é o gênero feminino, porque o HPV nos homens não costuma causar estragos graves.
Para concluir, Miriam Werneck respondeu a perguntas das convidadas, e em uma delas explicou sobre a vacina bivalente e a tetravalente, essa última usada na rede pública de saúde:
“A vacina quadrivalente, além de cobrir os dois sorotipos mais comuns, responsáveis pelos 70% de câncer de colo de útero, também cobre os tipos 6 e 11, os mais envolvidos nas verrugas genitais. Ainda não há comprovação científica de que a bivalente funcione com total proteção. E as meninas que já iniciaram o tratamento na rede privada, podem tomar as últimas vacinas pela saúde pública”, elucidou a doutora ginecologista e obstetra Miriam Constan Werneck.