Nesta semana, dois debates envolveram os planos de governo dos presidenciáveis. Os encontros foram promovidos por meio de uma parceria entre Conselho Federal de Administração (CFA) e o Jornal O Dia, com o apoio do CRA-RJ. Os temas já discutidos foram ‘Segurança Pública’ e ‘Combate à Corrupção’. Na próxima semana, nos dias 24 e 25, às 10h, será a vez de debater os temas ‘Geração de Empregos’ e ‘Gestão’, com transmissão ao vivo pela CRA-RJ Play, pela Rádio ADM e prelo Facebook do Conselho.
Para o primeiro debate, os convidados foram o Adm. Cesar José de Campos, coordenador do Programa Delegacia Legal; e a professora Paula Poncioni, membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança; com a mediação da jornalista Bruna Fantti. Eles discutiram o tema ‘Segurança Pública’ a partir das propostas dos presidenciáveis. Entre os assuntos, esteve a liberação das armas de fogo. Para Campos, os candidatos não especificaram da forma necessária como será feito o controle da liberação ou não das armas de fogo e das munições em todo país, algo primordial. Já Poncioni, demonstrou diversos dados do Fórum, dentre eles que 94.9% das armas apreendidas em 2017 não foram cadastradas no sistema da Polícia Federal.
As integrações das forças de inteligência também foram discutidas no evento.
“A questão da integração que vemos nos programas dos candidatos é interessante de ser avaliada pois agora existe um ministério específico para tratar sobre isso, o Ministério de Segurança Pública, sem precisar passar por um acordo entre órgãos diversos de segurança. […] Ou seja, um problema sério de Gestão na área de segurança deverá ser sanado com a criação deste Ministério, tendo o desafio de fazer a integração também nas outras esferas, estadual e municipal”, afirmou o Adm. Cesar José de Campos.
Atualmente, 40% dos presos são provisórios, por isso o sistema carcerário também foi um dos temas tratados no debate. A professora Poncioni afirmou que a prevenção pode ser um tema importante para mudar o panorama desse sistema atualmente.
“Precisamos ver quais são as ações que o governo vem fazendo no sentido de prevenir a entrada do jovem no crime”, declarou a professora como uma das formas mais importantes para mudar essa situação nos próximos anos.
Assista ao debate completo aqui na CRA-RJ Play ou ouça na Rádio ADM RJ.
Corrupção, como combater?
No segundo dia de debates, o tema foi Combate à Corrupção com a participação do Adm. Wagner Siqueira, presidente do CFA e conselheiro federal pelo Rio de Janeiro; e a dra. Silvana Batini, que integra o núcleo de combate à corrupção do Ministério Público Federal; com a mediação do jornalista Paulo Capelli. No primeiro bloco, tratou-se de medidas para combater a corrupção.
Para Siqueira, ter o combate à corrupção como um tema importante de todos os candidatos à presidência já é um avanço enorme.
“A questão agora deve ser como manter a sustentabilidade desse combate. A gente precisa agora é ir mais além do que as ’10 medidas de combate à corrupção’, pois só isso é pouco. Nossas instituições devem ser reanalisadas porque elas facilitam ou dificultam o processo de corrupção”, afirmou o presidente do CFA.
De acordo com a dra. Silvana Batini, a questão da transparência está em todas as propostas, no entanto, essa motivação é bem vaga, de interpretação aberta, mesmo assim tem uma ligação direta neste tipo de combate
“Corrupção é um crime que se comete no escuro, por debaixo dos panos, por debaixo da mesa. E a transparência sugere um ambiente de claridade, onde a prática da corrupção deve ficar mais difícil. Mas é importante saber sobre o combate à corrupção que o próximo presidente da república não vai começar do zero. É claro que a Lava Jato trouxe-nos crimes inimagináveis à tona agora, mas isso só foi possível graças a um aparato legislativo e estrutural de instituições que são capazes hoje de dar conta disso”, esclareceu Batini.
A questão de descentralização do poder, dando mais potência aos estados e municípios também foi citada. No entanto, o Adm. Wagner Siqueira lembrou que as funções de cada uma das instituições já são bem definidas pela Constituição de 1988, porém, devido aos recursos há uma confusão entre esses poderes. O ideal é respeitar genuinamente as competências corretas de cada esfera.
Para assistir à entrevista completa clique na CRA-RJ Play. Em breve também na Rádio ADM RJ.