Por Josué Amador
O secretário especial de Previdência e Trabalho Rogério Marinho afirmou, na última terça-feira (09), que o atual e-Social – sistema unificado do governo com informações sobre os trabalhadores – será substituído em janeiro por duas novas plataformas mais simplificadas.
Atualmente, é necessária a inserção de 900 informações, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e dados sobre FGTS. O objetivo é diminuir 400 dessas exigências até o final de 2019. Entre as que serão eliminadas estão título de eleitor, registro de identidade e PIS/Pasep. Devem ficar no sistema apenas dados ‘folha de pagamento e férias, numa plataforma focada nas obrigações trabalhistas e previdenciárias decorrentes de lei’, conforme descrito em matéria publicada pela Reuters Brasil.
Para o Adm. Reinaldo Faissal, coordenador da Comissão Especial de Recursos Humanos do CRA-RJ, ainda é muito cedo para dizer se todas as mudanças na plataforma serão genuinamente boas, mas ele trabalha com a visão de que ‘os entraves trazidos pelo E-Social sejam eliminados, na forma esperada pelos empresários’. Assim, o Administrador vê como benéfica tal medida, uma forma de desburocratizar os processos, reduzindo o número de exigências consideradas desnecessárias.
“Se ainda no processo de implantação já se percebe que o sistema (e-Social) não atende ao que se propõe. Por que esperar? Lamentavelmente, muitas empresas se viram forçadas a adquirir novos softwares (meu caso), ou atualizar os existentes com um alto custo financeiro, além de tempo e dinheiro investido em treinamento de funcionários, que não sabemos se servirá para o novo modelo. Ao que parece, as cabeças que pensaram o e-Social atual estão desconectadas da realidade do mercado”, disse o Administrador.
Faissal acredita que o anúncio vai se concretizar de fato e que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, mesmo que a implantação do e-Social já tivesse acontecido em todas as empresas. Para ele ‘o sistema obrigou a um retrocesso na dinâmica da regulação trabalhista e aquele avanço teria que ser reconquistado em algum momento’.
No que tange à readaptação por parte dos profissionais de RH, ele destacou que é necessário acompanhar os debates e influenciar as entidades responsáveis pelas mudanças.
“O bom profissional acompanha toda a movimentação em seu mercado e não se deixa apanhar por ‘mudanças inesperadas’. Assim, manter-se atento aos movimentos e em contato com autoridades e instituições que estão atuando nessa mudança é essencial”, ponderou.
Com informações da Reuters Brasil.