A antropóloga Drª Solange Mezabarba e o Adm. Alex Modesto, membro da Comissão Especial de Marketing do CRA-RJ, falaram sobre as transformações na forma de se fazer a da pesquisa qualitativa e a importância dela dentro das organizações, durante entrevista ao CRA-RJ. Ambos chamaram a atenção para as grandes mudanças tecnológicas e sociais que ocorreram no Brasil e no exterior ao longo de poucas décadas, destacando a necessidade de adaptações de profissionais e empresas.
Mezabarba esclareceu como se faz pesquisa qualitativa e o seu objetivo e a apontou as principais diferenças dela para a quantitativa. A primeira é voltada para a riqueza de detalhes das informações colhidas e a segunda se satisfaz no volume de dados coletados. Ela ainda explicou que a pesquisa qualitativa passou de fato a fazer parte dos contextos organizacionais, no Brasil, a partir da década de 1940. No entanto, a incorporação definitiva dessa ferramenta de levantamento de dados ocorreu a partir de 1980. De lá para cá muita coisa mudou e os pesquisadores precisam se atualizar.
“Eu tive uma demanda de pesquisa com pessoas acima de 65 anos de idade. A primeira pergunta que fiz foi: ‘Esse público é monolítico, muito parecido?’. A resposta foi ‘não’. É preciso problematizar esse perfil. Por exemplo, uma mulher de 65 anos, hoje, é muito diferente da mulher com a mesma idade, há trinta anos. Ou seja, temos diferenças geracionais que são dados muito interessantes de serem calibrados através da pesquisa qualitativa.
De acordo com Mezabarba, há alguns anos as organizações passaram a associar a etnografia, utilizada para descrever costumes e tradições de determinado grupo de pessoas, à pesquisa qualitativa. Essa fusão mudou consideravelmente a percepção da necessidade dos prospects delas.
O Adm. Alex Modesto corroborou a visão da antropóloga, destacando também o papel das novas mídias sociais online, na hora da coleta de dados detalhados, e a obrigação de o Administrador entender de etnografia.
“O profissional de Administração precisa compreender essa matéria para entender melhor como o seu mercado vai consumir seus produtos e seu serviços. Hoje, entender o comportamento dos públicos usando a etnografia como ferramenta faz com a gente visualize melhor os desejos e necessidades de cada um. Ouso dizer que, daqui a algum tempo, ficará mais fácil de as empresas oferecerem produtos customizados com preços mais baixos”, disse Modesto.
Para os entrevistados, a decisão de compra, atualmente, é também mais difícil devido à grande variedade de ofertas mercadológicas. Mas com a pesquisa qualitativa, alinhada às novas tecnologias e a etnografia, a margem de erros na hora do planejamento estratégico diminui expressivamente, se comparada a anos anteriores.
A entrevista completa com o Administrador Alex Modesto e com a antropóloga Drª Solange Mezabarba pode ser assistidas na CRA-RJ Play ou CRA-RJ Rádio. Clique nos links e confira!