O Mercado de Ações está mais popularizado em 2019 do que em anos anteriores. Muito está sendo falado sobre o assunto, porém com uma linguagem ainda pouco acessível. Pensando nisso, o Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro está desenvolvendo uma série de entrevista com o Tecnólogo Gilvan Bueno, membro da Comissão Especial de Finanças do CRA-RJ e especialista em investimentos, para explicar melhor este mundo que se abre cada vez mais para todos os públicos socioeconômicos.
No último programa, Bueno destacou a necessidade dos interessados buscarem conhecimentos mais apurados, não apenas em vídeos ou entrevistas como as produzidas pelo Conselho, cujo objetivo é abrir horizontes e mostrar caminhos a serem estudados e trilhados pelos interessados. Ele trouxe a indicação da obra “A ascensão do dinheiro: A história financeira do mundo”, de Niall Ferguson, e apontou os motivos pelos quais esta é considerada uma leitura obrigatória para os investidores em potencial.
Ele esclareceu que muitos empreendedores pedem crédito junto aos bancos para abrir um negócio. Isto gera dívidas que, naturalmente, precisam ser quitadas. Aí, nasce uma oportunidade para os investidores, pois os empresários vendem essas dívidas, afim de obterem recursos para pagar as instituições bancárias com quem pegaram dinheiro emprestado. Quem investiu recursos tem a expectativa de receber seu dinheiro de volta, dentro de algum tempo, acrescido de juros. Esta seria a vantagem. Mas há o risco de a empresa em questão não conseguir aumentar o patrimônio, nem gerar receita suficiente para pagar os compradores de dívidas, ou pior, ir à falência.
“Uma empresa precisa de recursos, em um primeiro momento, então ela tem a primeira grande linha de financiamento de sua ideia, ir a um banco. Mas uma empresa que não tem faturamento, funcionário, nem história, vai pegar uma linha de crédito muito cara. É a racionalidade do sistema. Em seguida, ela precisa capturar recursos e pode virar uma S.A [Sociedade Anônima], emitindo dívida [Que serão compradas por investidores]. Se for um banco, é um CDB, se for outra empresa qualquer é uma debênture”, explicou.
No mercado de ações, o risco é menor, pois não são as dívidas que entram em negociação e sim pequenas porcentagens da empresa. Neste caso, o investidor recebe uma participação dos lucros gerados ao longo do tempo, precisando pensar a longo prazo.
“O mercado de ações, na sua genialidade, criou a ideia de você vender pedaços da empresa. […]. Então, ele permite ao empreendedor avançar, capturar recursos e não se endividar. E aí vem todo o desafio do Brasil e quem busca empregabilidade no mercado financeiro precisa olhar bem para esta construção que está acontecendo. Hoje o Brasil tem um desafio, porque ele tem apenas 600 empresas listadas na Bolsa de Valores. […] Existe, hoje, no Brasil, uma expectativa de mais de 30 empresas abrirem o capital e essa é uma grande oportunidade”, disse Bueno.
Entre outras questões Bueno também aconselhou que os que desejam investir comprando ações não devem ficar se perguntando quando poderá vendê-las, mas em como adquirir mais partes daquele ou de outros negócios, aumentando as chances de lucros.
A entrevista completa se encontra disponível na CRA-RJ Play e na Rádio ADM RJ. Assista e tire suas dúvidas.