No 27º Encontro de Professores e Coordenadores de Cursos de Administração (Eprocad) do Rio de Janeiro, o ex-presidente da Angrad e membro da Comissão Nacional de Avaliação de Cursos Superiores, Adm. Mário César Barreto Moraes, elencou os resultados obtidos pelo Enade de 2015 na área de Administração.
Dentre os dados trazidos pelo palestrante, está o número de alunos matriculados na área tanto no ensino presencial quanto no ensino a distância:
– EAD: 181.250
– Presencial: 585.609
Apesar do número considerável, houve uma queda no número de matriculados no curso de bacharelado em Administração, mas também houve um aumento na quantidade de alunos nos cursos tecnológicos de Gestão da área.
Outro ponto destacado pelo Adm. Mário Moraes foi a composição das notas do Enade e também das notas das instituições.
Logo depois da explanação, aconteceu um debate entre o palestrante, o atual presidente da Angrad, Adm. Henrique Heidtmann Neto; o diretor da Câmara de Formação Profissional do CFA, Adm. Mauro Kreuz; e o Adm. Miguel Marun, vice-presidente de Ensino, Estudos e Pesquisa do CRA-RJ, como moderador.
O presidente da Angrad salientou a importância de estudar e aplicar as pesquisas aplicadas na Administração no dia a dia do ensino da área, a fim de identificar cada um dos pontos a serem melhorados.
“Hoje na Angrad, pensamos que se queremos ser influenciadores de políticas públicas, precisamos criar inteligências na nossa associação para sentar com o Inep, Conselho Nacional de Educação e falar de igual para igual”, revelou Heidtmann, enumerando ainda alguns projetos que estão sendo desenvolvidos pela instituição.
O Adm. Mauro Kreuz questionou qual seria o papel da educação para o país que queremos ser. É uma discussão que não existe ainda, mas que precisa ser direcionada nas instituições de ensino superior.
“Por não sabemos ainda responder a essa pergunta, se soubéssemos não estaríamos aceitando as aberrações que temos assistido. Não temos tido políticas de estratégicas públicas na educação. O estado gasta fortunas com esse sistema de avaliação e nós, dentro das instituições, gastamos fortunas para atender essa avaliação. Hoje, temos medo de inovar, de fazer algo fora da cartilha por medo de sermos punidos. Esta é uma avaliação de cabresto, altamente regulatória”, garantiu Kreuz, criticando ainda a submissão dos cursos de Administração a uma avaliação que nunca dialogou com o mercado do trabalho, o que é um risco. Outro dado levantado pelo diretor de formação profissional do CFA é que o curso de Administração tem a maior evasão do sistema, com 34%:
“Hoje o que nós do CFA nos perguntamos, e aproximamos da conversa com a Academia, como aceitar uma avaliação que avalia o produto e não o processo. Ficamos subordinando nossos projetos pedagógicos ao Enade e não ao mercado de trabalho”, refletiu o Adm. Mauro Kreuz.