Utilizando como pano de fundo a série “13 Reasons Why”, da Netflix, e o desafio suicida “Baleia Azul”, o CRA-RJ trouxe o tema para dentro das organizações, elencando diversos aspectos do suicídio por questões organizacionais. Para abordar a questão, foram convidadas a Adm. Neide Venâncio, que também é psicóloga, e a empresária Patrícia Fanteza, voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV).

Para ambas as convidadas, a série “13 Reasons Why” não deve ser julgada pelo quesito arte, mas por sua influência social. A trama é positiva por trazer à tona um assunto que é tabu na maioria dos grupos sociais. No entanto, é preciso esclarecer que o suicídio pode ser prevenido, desde que abordado da maneira correta.

Dentro das organizações, assédio moral e sexual, pressão por resultados, medo de exposições pessoais e risco de demissão são algumas das questões que podem levar o profissional a desistir da carreira e da vida, conforme explica a Adm. Neide Venâncio.

“O que eu recomendo sempre para as pessoas que sofrem esse tipo de coisa é que elas devem se resguardar, anotar tudo, ficar sempre com outra pessoa do lado, quando sentir esse assédio, e denunciar. A grande dificuldade é o medo, porque a pessoa precisa do emprego. Então, tem medo de se expor e ser demitida”, esclarece.

Para profissionais que precisam desabafar sobre tais questões sem medo de recriminações, Patrícia Fanteza explica que o CVV é uma instituição sem vínculos político-partidários ou religiosos e seus colaboradores voluntários são treinados para ouvir ser preconceitos.

“No CVV existem todos os tipos de assuntos […]. A pessoa que traz aquilo que é importante para ela. A base do trabalho CVV é sigilo e anonimato. Então a pessoa sabe que, naquele momento que ela, de alguma forma, conversar a respeito de alguma coisa, ela pode encontrar alguém disponível 24 horas por dia”

Sobre a sequência de desafios Baleia Azul, ambas concordam que é necessário um pouco mais envolvimento familiar entre pais e filhos, mesmo que o tempo pareça cada vez mais escasso devido às grandes jornadas de trabalho demandadas pelo mercado. É preciso estabelecer limites de acesso à internet para crianças e adolescentes e, sempre que possível, oferecer atividades lúdicas que levem os mais novos à interação com o mundo real.

Há uma entrevista completa com Neide Venâncio e Patrícia Fanteza disponível no Facebook do CRA-RJ.

Quem desejar conhecer o trabalho do CVV pode acessar o site www.cvv.org.br. Já para os que precisam de conversar, além do site, há o telefone 141, válido para todo o Brasil.