Por Gleici Monteiro
Sob orientação de Érika dos Anjos

Embora a população brasileira seja caracterizada por investir na abertura de novos negócios em meio a momentos de crise, como a sanitária e econômica que vivemos atualmente, a principal pesquisa sobre empreendedorismo no país revelou quedas drásticas na taxa de novos negócios no último ano. As atividades geridas por mulheres foram as que tiveram maior impacto. 

Segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora, realizada no país pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o Sebrae, revelou que o Brasil perdeu quase 10 milhões de empreendedores devido à pandemia. Em 2019, o total de negócios estabelecidos, ou seja, com mais de 3,5 anos de atividade, era de 22,3 milhões (16,2%). No ano passado esse número chegou a marca de 12 milhões (8,7%), configurando uma variação negativa de 46% na taxa de empreendedorismo nacional. 

Sobre esses números, o coordenador da Comissão Especial de Empreendedorismo e Inovação do CRA-RJ, Adm. Emerson Kuhl, destacou que investir em uma educação empreendedora é necessário mesmo para quem já esteja consolidado no mercado.

“Uma dica para microempresários é buscar capacitação para operação de seus perfis nas redes sociais, com o intuito de aprender a vender de forma virtual. Já para os empreendedores, eu diria que uma boa estratégia é estabelecer relação de confiança com o seu consumidor. Além disso, é importante estar sempre em dia com as obrigações financeiras, possuir um bom controle de receitas e despesas, visto que os fornecedores também entraram em crise”, acentuou o Administrador.

Outro número expressivo na avaliação, foi o de brasileiros que empreenderam por necessidade. Devido ao aumento do desemprego, a marca do ano passado chegou a 50,4%, uma alta significativa em comparação a 2019 quando a taxa era 37,5%. Para os que estão investindo em um novo modelo de negócio, Emerson Kuhl enfatizou que “a oportunidade está na diversificação do atendimento, estabelecendo parceiros de divulgação e distribuição que levem seus produtos para mais próximo dos consumidores, reduzindo tempo e custo da entrega”.

Economia Criativa 

Ainda de acordo com os dados da GEM 2020, as mulheres são a maioria entre aqueles que sofreram os impactos da pandemia em seus negócios. A presença feminina entre os empreendimentos iniciais caiu de 50% em 2019, para 45,9% no último ano. Além disso, de acordo com Carlos Melles, presidente do Sebrae, a cada 10 empreendedores que saíram do mercado, com a pandemia, aproximadamente 7 eram mulheres.

Diante desse cenário, as Administradoras Yara Rezina e Elizabeth Bastos, respectivamente, coordenadora da Comissão Especial da Mulher Administradora e conselheira licenciada do CRA-RJ, pontuaram a economia criativa como uma possível solução estratégica para os impactos causados no último ano. 

“A expansão do mundo do trabalho e a adequação do negócio à demanda dos clientes são alguns dos fatores que podem impulsionar e inovar um negócio, construindo novos caminhos para suportar as necessidades e observar as oportunidades ao redor” destacou a Adm. Yara Rezina, enquanto a Adm. Elizabeth Bastos definiu que “ o conceito de economia criativa tem uma estreita relação com observação e planejamento. As mulheres nessa esfera precisam pontuar quais foram as necessidades que surgiram em função da pandemia, e como podem tirar proveito dessa situação para os seus negócios”.

Na primeira segunda-feira de julho, a Comissão Especial da Mulher Administradora do CRA-RJ irá promover uma roda de conversa sobre economia criativa durante a próxima edição do programa “Saia em Ação”. Além de Rezina, responsável pela mediação do debate, estarão presentes a consultora e especialista Heliana Marinho, a Adm. Adm. Altina de Oliveira e a empreendedora Ana Paula Blanc. A estreia será no dia 05/07, às 10h, na CRA-RJ Play.

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