Por Gleici Monteiro
Sob orientação de Érika dos Anjos
A Secretaria de Vigilância em Saúde, por meio da coordenação geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, acatou o pedido do Conselho Federal de Administração (CFA) de inclusão dos Administradores que atuam na gestão hospitalar no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19.
O parecer favorável é fruto de uma intensa articulação entre o CFA, o Ministério da Saúde e outros órgãos do governo federal, que teve início em fevereiro deste ano. A demanda surgiu a partir de um pedido enviado ao CRA-SP por um grupo de Administradores da saúde ativos na atuação contra a Covid-19 no estado, solicitando a intervenção do Sistema CFA/CRAs para inclusão dos profissionais da categoria no grupo prioritário denominado “Trabalhadores de Saúde”, conforme o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.
Em resposta enviada ao CFA, o secretário Arnaldo Correia de Medeiros aceitou a solicitação de inclusão e explicou que o “objetivo principal da vacinação está na redução da morbidade e mortalidade pela Covid-19, de forma que foram estabelecidos grupos prioritários para a vacinação com base na avaliação dos fatores de risco associados ao agravamento e óbito pela doença”.
O médico, gestor hospitalar e membro da Comissão Especial de Administração em Serviços de Saúde do CRA-RJ, Leonardo Carap, comentou a decisão favorável aos Administradores.
“O argumento da priorização apenas do pessoal que atua na linha de frente é frágil, posto que a comunicação se dá permanentemente em todo o ambiente e a transmissão ocorre através do ar, ou pelo contato pessoal, com gotículas de saliva, espirro, tosse ou até mesmo com o toque ou aperto de mão com uma pessoa infectada, que pode nem saber de sua condição de infectante. Assim, todo o grupo deve ser cuidado igualmente”, enfatizou o gestor, completando ainda que o trabalho na saúde se faz de forma plural, englobando diversos campos de atuação:
“A complexidade do sistema de saúde e de suas unidades, as múltiplas profissões que atuam conjuntamente de modo síncrono ou assíncrono nas unidades para oferecer valor para os pacientes, seus familiares, para a sociedade e para si mesmos enquanto trabalhadores, faz com que seja especialmente importante definir valores comuns para o ‘grupo de profissionais de saúde’ como um todo. Essa deve ser uma questão capaz de transcender cada profissão ‘de per si’ na busca pela identidade e cultura adequadas ao setor em sua busca pela geração de melhores condições de vida para todos”, sentenciou Carap.
Segundo o Programa Nacional de Imunizações, a vacinação do grupo prioritário deverá acompanhar a seguinte ordem: primeiro as equipes de vacinação que estiverem envolvidas na imunização dos grupos estabelecidos nas primeiras etapas; segundo, os trabalhadores das instituições de longa permanência de idosos e de residências inclusivas; terceiro, trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da emergência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente nos casos suspeitos e confirmados de Covid-19, e por fim os demais trabalhadores de saúde, no qual se encaixam os gestores e Administradores.
Ainda de acordo com o ofício encaminhado ao CFA, apesar da sugestão de ordem para a vacinação, é “facultado às unidades federativas e municípios a possibilidade de adequar a priorização conforme a realidade local”. Por isso, é de extrema importância que os Administradores estejam atentos ao calendário de vacinação de seu município e sigam as recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação e dos Informes Técnicos da Campanha Nacional de Vacinação, que atuam direcionando os grupos conforme as distribuições das doses disponíveis e as etapas da campanha.
Não fique de fora desse ato tão importante para a nossa sociedade. Vacine-se!
*Com informações da Comunicação do CFA