Durante o segundo dia do 26º Encontro Brasileiro de Administração foi realizado o painel “Para Onde vai a Consultoria Organizacional” paralelamente às apresentações do salão principal. Foram quatro exposições de temas relevantes aos novos caminhos desse nicho de mercado, que exige conhecimento técnico e flexibilidade no atendimento aos clientes. Os responsáveis por ministrar os temas foram Luiz Affonso Romano, presidente da Associação Brasileira de Consultores Organizacionais; Orlando Pavani, presidente do Instituto Brasileiro de Consultores Organizacionais; Paula Oliveira, gerente de programas de pós-graduação da Fundação Dom Cabral; e Samir Carvalho Moysés, da ARM Logística. O consultor temático do 26º Enbra, Adm. Luiz Augusto da Costa Leite, foi o moderador dos painelistas.
Em sua fala, Romano destacou que o consultor profissional precisa saber ouvir durante seus atendimentos para que a necessidade da organização seja conhecida, de fato. Para ele, não se constroem soluções de forma unilateral. Apesar da rapidez que a Era digital traz, é preciso paciência para as melhores tomadas de decisão.
“Cliente satisfeito, bem atendido, é o seu trunfo. Ele vai te indicar, numa partida de golfe, numa partida de tênis, em uma reunião dentro da empresa ou em outras ocasiões. Você precisa chegar lá não com a resposta pronta, é preciso ouvir o que ele tem a dizer. Uma das virtudes do consultor é essa. Ouvir o cliente até ele ficar rouco, então deixe que fale tudo que quiser”, aconselhou.
Já Pavani abordou o aspecto médico-clínico da consultoria e a importância de se manter a simplicidade no atendimento aos clientes. Não podendo utilizar o conhecimento adquirido como motivo de arrogância profissional.
“Isso não exige só uma nova técnica que os consultores precisam. É necessário mudar o mindset. Isso é uma questão médica, não é uma coisa simples que se muda em uma palestra ou curso. Mudar mindset precisa de muita tecnologia e invasão emocional”, expôs o consultor, que também tem formação em medicina.
Para Paula Oliveira, é necessário não apenas obter diplomas e certificados, é preciso saber compreender a realidade de cada cliente, de acordo com as questões apresentadas.
“A análise crítica da história para a solução do problema é tão importante quanto o conhecimento que foi adquirido. Nós, da Fundação Dom Cabral não entendemos a consultoria como um profissional, uma empresa, mas como uma competência de alguém que pode ser consultado com o objetivo de contribuir para a solução de um problema”, disse.
Moysés chamou a atenção para o fato de que é preciso viver bem, apesar das pressões do dia a dia e que cada empresa precisa ser vista como uma obra única para que haja a busca por soluções singulares.
“Eu falei: ‘Olhe, o meu negócio acabou. Eu faço tudo baseado em pessoas, claro que eu tenho um sistema automatizado de gerenciamento de armazéns, que identifica tudo por código de barras, eu faço os melhor processos processos possíveis’. Mas quando eu olhei aquele robô, eu pensei em como eu poderia competir com uma empresa que fazia aquilo. Naquele momento, eu poderia querer me tornar o especialista em tecnologia, buscar conhecimento de fora. Mas será que esse é o caminho? Ou será que o caminho é entender que tem alguém que fez isso a vida inteira e que outros não, sendo cada empresa singular, com suas demandas e soluções?”, ponderou.