Uma pesquisa com 518 executivos realizada pela ISE Business School entre os dias 9 de abril e 11 de maio deste ano, em plena pandemia de Covid-19, revelou que 80% dos gestores gostaram da experiência de trabalho em home office e acreditam que a modalidade se adapta aos requisitos de suas funções. Esses números indicam que a situação de isolamento social trouxe uma tendência que veio para ficar.
No entanto, os gestores e as organizações precisam ficar atentos, já que a atividade ainda precisa ser revista e pautada na legislação para evitar futuro passivo trabalhista, além de ser necessário observar as questões inerentes à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Para a tecnóloga Patrícia de Arvellos, especialista em Recursos Humanos e conselheira do CRA-RJ, será necessário um redesenho das estruturas organizacionais já existentes. No momento do isolamento social foi a solução para o problema com a utilização dos recursos existentes e migração extremamente rápida, mas será preciso rever a situação como um todo.
“Pós-pandemia é necessário fazer um estudo orçamentário de todo o investimento em volta dessa modalidade para averiguar se o custo x benefício compensará. Antes de alterar os contratos de trabalho para essa modalidade, uma avaliação detalhada dessa ferramenta e recursos utilizados será vital. Mas, acredito que, de um modo geral, a nossa cultura mudará em relação ao teletrabalho, que será muito mais praticado e aceito pelos empresários”, ressaltou.
Outro ponto interessante da pesquisa é que 65% das empresas brasileiras e 35% das multinacionais eram reticentes à implantação do home office, tendo sido “obrigadas” pela pandemia, não tendo essa modalidade entre suas opções. No entanto, para os gestores a situação é mais favorável ao teletrabalho: 60% acredita que a modalidade contribui para melhorar a eficiência e a produtividade.
Dentre as competências mais necessárias e desenvolvidas durante o trabalho em home office, resiliência e flexibilidade foram apontadas como as principais por 80% dos executivos. Em terceiro lugar, está a confiança-mútua para as mulheres e a autodisciplina para os homens. No outro prato da balança está a Gestão de Tempo, que foi apontada como a competência menos desenvolvida na modalidade.
No que tange ao lado pessoal, 89% dos gestores afirmaram que o home office levou-os a valorizar e fortalecer os laços com suas famílias, assim como a valorizar ainda mais as pessoas que se dedicam às tarefas de cuidado. Além disso, 76% disseram que as preocupações com a família não os impedem de se concentrarem no trabalho.
E já que o home office veio para ficar e está sendo aprovado, o CRA-RJ preparou uma lista de algumas práticas que podem ajudar o profissional a desempenhar melhor o seu trabalho em casa. Confira aqui!