O crescimento de uma profissão e sua importância para a sociedade também passa pelo seu domínio profissional, já que as entidades de classe podem trabalhar a favor daqueles trabalhadores como um todo. No caso da Administração, é preciso pensar além, no que virá de benefício para a profissão ao aceitar o Registro Profissional de Nível Médio nos Conselho Regionais. Desta forma, além de diversas outras vantagens, os CRAs terão uma peça fundamental, uma pedra angular para a Fiscalização das empresas, no combate às entidades que usam os cargos de nível médio para a contratação de pessoas que não possuem NENHUM tipo de formação em Administração.
É pensando nesse futuro, de crescimento e aprimoramento da profissão, que o presidente do CRA-RJ, Adm. Wagner Siqueira, defende a inclusão destes novos profissionais na carteira de registrados dos Conselhos Regionais de Administração.
“Estamos falando de um catálogo nacional de cargos técnicos que mostra a quantidade de cursos que têm a ver com a nossa profissão. É a força da profissão que fica mais robusta, que abrange outros âmbitos. É preciso termos um maior domínio da profissão”, garante o Adm. Wagner Siqueira, lembrando que no caso do registro, a carteira do técnico seria diferente (cor) e teria sua correspondente representatividade no órgão.
Outro ponto importante que precisa ser lembrado é quanto à Fiscalização, já que ao fiscalizar algumas empresas, para fugir da multa, é alegado que determinado cargo é de nível médio.
“Este é um argumento muito utilizado. Se a empresa diz que o cargo é de técnico, não podemos fiscalizar. Se houver o registro de nível médio, não haverá esse posicionamento tão recorrente. O não registro do nível técnico fragiliza nosso esforço de fiscalização: o Conselho perde cargos e poder, já o profissional perde seu corpo de embasamento”, pontua o presidente.
Posições diversas
Dentre os cursos estão sob a chancela de registro do CRA-RJ, podemos destacar, além do Técnico em Administração, os cursos de Técnico em Comércio e em Comércio Exterior; Técnico em Finanças; Técnico em Logística; Técnico em Marketing; Técnico em Qualidade; Técnico em Recursos Humanos; Técnico em Cooperativismo; Técnico em Eventos, entre outros.
O posicionamento correto de registrar técnicos já é uma realidade em grandes e fortes Conselhos brasileiros, como o de Engenharia, Enfermagem, Odontologia, Química, entre outros. Em números, a importância desses profissionais de nível médio é gritante, conforme podemos ver em levantamento realizado junto aos sites dos respectivos órgãos:
– Conselho Federal de Enfermagem – Total de registrados: 1.826.627 / Total de técnicos: 946.644 (levando-se em consideração que ainda registram Auxiliares de Enfermagem);
– Conselho Federal de Engenharia – Total de registrados: 1.315.457 / Total de técnicos: 573.485 (levando-se em consideração que ainda registram tecnólogos);
– Conselho Federal de Odontologia – Total de registrados: 405.356 / Total de técnicos: Em prótese dentária 21.122; em saúde bucal 18.581 (levando-se em consideração que ainda registram auxiliares em prótese dentária e saúde bucal).
O único Conselho que está na contramão desse momento é o de Contabilidade, que possui uma condição atípica, como explica o presidente do CRA-RJ:
“O contador e o técnico de nível médio tem basicamente as mesmas funções. As únicas diferenças são a auditoria e a perícia, que não podem ser assinadas por técnicos. Isso não acontece com os técnicos de Administração, que possuem funções completamente diferentes. Não podemos trabalhar apenas com a exceção à regra”, ressalta o Administrador, lembrando ainda que no ano do Jubileu de Ouro da profissão, os Administradores precisam pensar no crescimento da ciência e sua abrangência perante a sociedade.