Tomaz Silva/Agência Brasil

Passado o Carnaval, a Riotur divulgou um levantamento mostrando que os setores de comércio, hotelaria e serviços faturaram R$ 3,78 bilhões nos dias da folia de Momo. Sim, foi visível o sucesso do período que, sempre foi, um dos mais lucrativos para a cidade e sua já vasta prerrogativa para o turismo. Mas, e agora? Como continuar o trabalho de incentivo dessa vocação natural? A resposta é simples: investindo na Gestão de Turismo.

Esta é uma das áreas de trabalho do profissional da Administração, tendo, inclusive, uma graduação tecnológica para tal especificidade e também um bacharelado. Porém, é preciso que Administradores Públicos deem maior visibilidade a esses gestores que têm em mãos o conhecimento necessário para fazer com que cidade lucre ainda mais.

Somente este ano, houve um aumento de 8% do número de foliões nos quatro dias de Carnaval, chegando-se a mais de 5 milhões de pessoas. Com isso, o Gestor de Turismo tem infinitas possibilidades de realizar um planejamento, um plano de ação, que abranja todo esse contingente a fim de que os visitantes possam ter a melhor estadia possível e tragam mais dinheiro para os cofres públicos.

Áreas como o setor de reservas de companhias aéreas e de agências de viagens, a organização de eventos específicos e gerais ou o turismo receptivo são vitais para o desenvolvimento do deste setor. No entanto, é preciso que elas andem em concomitância com outras tantas, como Segurança, Educação, Transporte e a própria Economia, que devem ser vistas com a mesma importância. Afinal, o turista que aqui chega se encanta com as belas paisagens, mas ao mesmo tempo está preocupado com o dinheiro que traz na bolsa, com o celular que pode ser roubado ou com a forma como vai conseguir ir de um local para o outro.

Tomaz Silva/Agência Brasil

Isso só se consegue através de planejamento e aprofundamento da sensibilidade turística do Rio de Janeiro. Algo que não deve acontecer apenas no período de Carnaval, apesar de ser ‘o maior espetáculo da Terra’. Temos em poucos meses, por exemplo, a realização de mais uma edição do Rock In Rio. A cidade está preparada para tal? Ou veremos transtornos abissais de transporte e locomoção como das últimas vezes? Veremos problemas de infraestrutura? Veremos problemas na execução de serviços? Espero sinceramente que não. Afinal, as atividades culturais e criativas geram 2,64% do PIB brasileiro e são responsáveis por mais de 1 milhão de empregos formais e diretos, além de existir no setor cerca de 250 mil empresas e instituições, segundo dados da Firjan.

Percebendo essa mina pouco explorada, para o Carnaval deste ano, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, destacou que houve um planejamento em que vários setores foram ouvidos, com muitas pessoas ‘planejando, debatendo com todos os órgãos e moradores e com as escolas de samba também’. É imprescindível que isso seja feito sim e os louros desse sucesso sejam colhidos. Porém, é preciso que também seja realizada essa preparação e planejamento no restante do ano, não apenas para o Carnaval. Temos aí, o já citado Rock in Rio, as belas praias durante todo o ano, o Cristo Redentor – eleito uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno, Pão de Açúcar, Maracanã, Revéillon, Museus e vida noturna.

Enfim, uma infinidade de oportunidades para fazer crescer ainda mais esse setor. Sempre, repito, com a necessidade do trabalho imprescindível do Gestor de Turismo e do Administrador de Turismo, auxiliados pelos outros setores da Administração Pública, que têm um valor incalculável para transformar o Rio de Janeiro efetivamente e eficientemente na capital turística do país.

 

*Adm. Wallace Vieira
Presidente do CRA-RJ