Por Josué Amador |
No Dia Internacional de Combate a Violência Contra a Mulher (25 de novembro), deve-se ressaltar também o papel das organizações públicas e privadas nessa luta, sob o ponto de vista de empregadores. Dentro das instituições, há diversos setores que podem, por meio de ações concretas, estabelecer proteção, possibilidade de emancipação econômica e emocional, orientações diversas, entre outras coisas, às profissionais ligadas à empresa.
Além dos setores em geral, as mulheres em destaque de lideranças e diretorias executivas precisam se impor, cada vez mais, na hora de promover a conscientização sobre as violências diversas e, muitas vezes, silenciosas. Para a Adm. Yara Rezina, coordenadora da Comissão Especial da Mulher Administradora do CRA-RJ, profissionais do gênero feminino conhecem melhor os dramas vividos por esse público e têm mais propriedade para sugerir, planejar e implantar programas institucionais que funcionem de verdade. Ela citou alguns posicionamentos que podem ser tomados diante dessa realidade.
“Estimular o debate e a equidade em suas organizações, promover ações que desenvolvam um ambiente equilibrado e a integração da equipe. Estar sempre atenta, em suas equipes de trabalho, quanto à existência de situações que possam resultar em atitudes violentas. Promover, sempre que possível, durante treinamentos e cursos, a inserção de material referente a violência disfarçada e já arraigada no inconsciente da sociedade. Estimular a integração social e profissional respeitando as diferenças e fortalecendo o conhecimento, pois a informação é tudo”, elencou Rezina.
Para o especialista em Recursos Humanos, Adm. Wagner Salles, a violência contra a mulher não é um problema de origem organizacional, mas que afeta as organizações, delegando responsabilidades institucionais e sociais aos gestores empresariais. Para ele, o combate a esse tipo de crime, além de um ato humanitário, é algo estratégico sob o ponto de vista econômico. Assim, quando as organizações se envolvem no combate à violência, podem promover emancipação econômica às vítimas, que terão a possibilidade de se ver livres de seus algozes, e também contribuir para o aumento da produtividade delas, que terão suas vidas físicas e psicológicas mais saudáveis. Assim, também eleva-se a receita, os índices de boas governança e lucratividade, ficando mais valorizadas e competitivas no mercado empresarial.
“A violência contra mulher gera impacto também na produtividade, então, mesmo que o empresário tenha ênfase apenas no lado econômico, ele também tem a responsabilidade de atuar nesse problema, porque ele está perdendo no desempenho de uma funcionária que sofre algum tipo de violência, seja em casa ou mesmo dentro da empresa. […] Quando a violência é externa à empresa, ou seja, uma funcionária sofre agressões do marido ou do pai, por exemplo, a atuação da empresa pode ser em conjunto com a psicologia organizacional para oferecer algum tipo de acolhimento para essa pessoa”, destacou Salles.
Ambos os entrevistados acreditam no papel fundamental da Administração no combate direto e indireto da violência contra mulheres, dentro e fora das organizações. Portanto, é preciso capacitação por parte dos profissionais da área para contribuir com o bem-estar feminino e crescimento das empresas onde atuam.