A palestra de encerramento do XIV FIA 2015 ficou sob a responsabilidade do filósofo francês Pierre Lévy, que falou sobre os próximos 50 anos e o que esperar deles. O presidente do CFA, Administrador Sebastião de Mello, foi o presidente de mesa da palestra.
De acordo com o palestrante, somos o começo de uma nova civilização, difícil de imaginar.
“Não podemos prever, somente projetar que será algo muito diferente do que conhecemos hoje, onde nossos conceitos e instituições serão diversos. Temos que lembrar que somos atores responsáveis sobre a cultura que queremos construir. E tal cultura precisa ser feita com conhecimento de causa, com as possibilidades que se abrem diante de nós, respeitando um certo número de valores humanos elementares”, analisou.
Outro ponto levantado por Pierre Lévy foi sobre a utilização dos dados recebidos e utilizados nos dias de hoje. Porém, que poderá ser criado em um futuro próximo.
“Nos falta um sistema de endereçamento de conceitos, metadados universais que nos permita encontrar facilmente aquilo que buscamos, mesmo que não saibamos exatamente o que buscamos”, declarou.
Esse sistema está se desenhando e poderá surgir sistematizando os dados da maneira que quiser, deixando a interpretação aberta, mas, ao mesmo tempo, tudo o que for caracterizado nesse sistema será passível de calculo.
“Essa é uma possibilidade de super linguagem, alimentada ainda por algoritmos para que possamos conversar com super computadores. Poderíamos nos expressar de forma livre e dar ordem aos computadores, mesmo para não peritos em informática. A ideia é aumentar o poder cognitivo das pessoas. Seria uma inteligência coletiva cognitiva”, afirmou Pierre Lévy, lembrando que a inteligência coletiva já existe mas ainda não é reflexiva, ainda não sabemos como pensamos quando estamos juntos:
“Quando pudermos fazer isso, faremos grandes progressos. A inteligência coletiva cognitiva vai requerer toda uma educação e novas aptidões e competências. Não digo que será o paraíso na Terra ou o fim da diferença entre ricos e pobres, mas faremos progressos definitivos, como já aconteceu em outras eras na história da humanidade”, revelou.